Argentina recua e nega suspensão de exportação de carne

Governo havia anunciado paralisação das atividades por 15 dias; secretário afirma que exportações estão normalizadas

O secretário da Agricultura da Argentina, Juan Bahillo, negou que o país tenha suspendido a exportação de carne bovina. Mais cedo, a Secretaria de Comércio havia anunciado a paralisação nas exportações do produto por duas semanas para negociar os preços com os frigoríficos da região. O país é um dos maiores produtores de carne do mundo.

Segundo informações do jornal argentino Clarín, o preço do quilo aumentou 20% desde o início de agosto. Valor pode subir mais se acordo com frigoríficos não for fechado.

A decisão se deu depois da divulgação da vitória do candidato de direita Javier Milei nas eleições primárias no domingo (13.ago). Na 2ª feira (14.ago), governo elevou os juros em 21 pontos percentuais, e fixou a taxa de câmbio em 350 pesos para cada dólar até as eleições, que serão realizadas em outubro. 

Com isso, houve uma desvalorização de 22% do peso frente à moeda norte-americana, elevando os preços da carne em todo o país e impactando o Programa Precios Cuidados, implementado pelo governo para controlar a alta no valor dos produtos do país.

Segundo dados divulgados pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina) nesta 3ª feira (15.ago) a inflação do país caiu para 113,4% em julho. A queda foi de 2,2 pontos percentuais em relação aos 115,6% em junho. A taxa mensal de maio foi de 6,3%, acelerando em relação a junho, quando fechou em 6%.

O grupo de alimentos e bebidas alcoólicas registrou um aumento de 5,8% no mês, puxado justamente pela alta nos preços da carne, pão e cereais.

ELEIÇÕES

Milei teve 30,1% da preferência dos eleitores argentinos nas primárias –que definem os nomes que concorrerão à Casa Rosada. A coalizão do congressista, que reúne 4 partidos, lidera em 16 dos 24 distritos do país.

Para vencer a pleito em 1º turno, Milei precisaria obter pelo menos 45% dos votos válidos ou acima de 40% com uma vantagem de 10 p.p. ou mais sobre o 2º colocado. A eleição está marcada para 22 de outubro. Se houver necessidade de 2º turno, os argentinos voltam às urnas em 19 de novembro.

Fonte: https://www.poder360.com.br/brasil/argentina-recua-e-nega-suspensao-de-exportacao-de-carne/

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