Cúpula do Brics será em Joanesburgo, a mais importante cidade do país em termos econômicos, sendo responsável por 16% do PIB
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca para a África do Sul neste domingo (20.ago.2023) para participar da cúpula do Brics (acrônimo para grupo que reúne o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Será realizada em Joanesburgo, de 22 a 24 de agosto. O encontro deste ano será o 1º feito de forma presencial desde 2020, por causa da pandemia.
Mais de 60 países do sul global foram convidados, além de mais de 20 autoridades, como o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat. Ao menos 40 já confirmaram que irão ao evento.
Esta será a 3ª vez que a África do Sul sedia uma reunião do Brics. Os principais eventos serão em centros luxuosos de Joanesburgo: no Sandton Convention, no Summer Place e no Gallagher Estate.
Sandton Convention
O espaço concentra a maior parte das atividades a serem realizadas na cúpula. É onde deve se dar a reunião da cúpula propriamente dita, com os líderes dos países do Brics, na 4ª feira (23.ago). Fica próximo ao aeroporto e é rodeado por diversos hotéis. Há salas que podem acomodar mais de 4.000 pessoas.
Sandton Convention vai concentrar a maior parte das atividades a serem realizadas na cúpula do Brics entre 22 e 24 de agosto
Sandton Convention vai concentrar a maior parte das atividades a serem realizadas na cúpula do Brics entre 22 e 24 de agosto
Sandton Convention vai concentrar a maior parte das atividades a serem realizadas na cúpula do Brics entre 22 e 24 de agosto
Sandton Convention vai concentrar a maior parte das atividades a serem realizadas na cúpula do Brics entre 22 e 24 de agosto
Summer Place
Muito usado para casamentos luxuosos, o Summer Place acomoda menos pessoas. É onde deve se dar a reunião do conselho empresarial do Brics e ser realizado o “retiro dos líderes”, na 3ª feira (22.ago). Na noite do mesmo dia, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, oferece um jantar aos chefes dos países integrantes do bloco no centro de eventos.
O Summer Place é onde deve ser feita a reunião da cúpula propriamente dita, com os líderes dos países do Brics, na 3ª feira (22.ago)
O Summer Place é onde deve ser feita a reunião da cúpula propriamente dita, com os líderes dos países do Brics, na 3ª feira (22.ago)
O Summer Place é onde deve ser feita a reunião da cúpula propriamente dita, com os líderes dos países do Brics, na 3ª feira (22.ago)
O Summer Place é onde deve ser feita a reunião da cúpula propriamente dita, com os líderes dos países do Brics, na 3ª feira (22.ago)
Gallagher Estate
Este espaço de convenções comporta até 7.000 convidados e conta com mais de 25 salas para eventos. Nele, será oferecido um banquete aos mais de 40 países convidados da cúpula e autoridades, como a presidente do Banco dos Brics, Dilma Rousseff (PT), na 4ª feira (23.ago).
No Gallagher Estate, será oferecido um banquete aos principais convidados da cúpula na 4ª feira (23.ago)
No Gallagher Estate, será oferecido um banquete aos principais convidados da cúpula na 4ª feira (23.ago)
No Gallagher Estate, será oferecido um banquete aos principais convidados da cúpula na 4ª feira (23.ago)
Conheça a África do Sul
O país foi colônia da Inglaterra até conquistar a independência em 1961 e se tornar uma república. A partir daquele momento, foi governado por uma minoria branca, que instaurou um esquema de segregação racial –o apartheid.
Nesse modelo, havia a separação de espaços para pessoas brancas e negras. Apesar de sempre terem sido a maior parte da população sul-africana, os negros não podiam acessar as mesmas escolas, hospitais, transportes públicos, bebedouros, restaurantes, entre outros espaços que os brancos.
A luta para o fim desse sistema foi liderada por Nelson Mandela, que se tornou o 1º presidente eleito em eleições multirraciais no país em 1994. Desde então, a África do Sul só elegeu presidentes negros.
Apesar de terem sido colônia britânica a maior parte de sua história, os sul-africanos preservaram a diversidade de língua e de cultura.
Como a colonização não respeitava as fronteiras já existentes no país, definidas com base nas tribos, identidades e territórios, hoje, a África do Sul reúne diversas etnias e tem 11 línguas oficiais. A mais comum é a isiZulu, falada por 24,6% da população.
O país é hoje uma das maiores economias do continente africano, mas é classificado como emergente. Assim como o Brasil, teve industrialização tardia e a economia é movida principalmente pelo setor primário. A exportação de ouro e diamante é um dos destaques.
Politicamente, a África do Sul é divida em 9 províncias, que são como os Estados brasileiros, mas têm autonomia e independência em relação ao governo nacional.
O país, que adota o modelo de república parlamentar, tem 3 capitais, uma para cada um dos Três Poderes.
Apesar do modelo parlamentarista, o presidente Cyril Ramaphosa ocupa a posição de chefe de Estado e de governo, ou seja, o país não tem primeiro-ministro. Ramaphosa está no poder desde 2018. O mandato é de 5 anos, com direito a uma reeleição consecutiva. Ele é o 5º presidente do país.
Joanesburgo
A sede da cúpula do Brics é a cidade mais populosa da África do Sul. Tem 5,6 milhões de habitantes. A título de comparação: a cidade mais populosa do Brasil é São Paulo, com quase 12 milhões de pessoas. A 2ª é o Rio de Janeiro, com 6,2 milhões.
Joanesburgo é também a mais importante cidade do país em termos econômicos. Foi fundada em 1886 depois da descoberta de ouro na região, tornando-se um centro econômico e atraindo imigrantes de várias partes do mundo.
Responsável por 16% do PIB do país, a cidade abriga muitas empresas multinacionais e nacionais e tem uma das maiores Bolsas de Valores do continente, a Bolsa de Valores de Joanesburgo.
Apesar do crescimento econômico, também concentra grandes níveis de desigualdade social. De acordo com o anuário estatístico da África do Sul, cerca de 17,3% das casas da cidade são “habitações informais”.
Esta reportagem foi escrita pela estagiária de jornalismo Gabriela Boechat sob a supervisão da secretária de Redação adjunta Hanna Yahya.