Trump anunciou na 4ª feira (9.jul) tarifa de 50% sobre os produtos exportados pelo Brasil aos EUA
As ações da Embraer caíram até 8,41% nesta 5ª feira (10.jul.2025) depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), anunciar tarifas de 50% sobre os produtos exportados do Brasil para o país norte-americano.
Às 8h34, na pré-abertura do mercado de ações de Nova York, as ADRs (American Depositary Receipt) da Embraer recuavam 6,31%. O Poder360 mostrou que as aeronaves e outros equipamentos foram 6,7% do total exportado pelo Brasil aos EUA.
Leia as principais quedas registradas às 10h45 desta 5ª feira (10.jul):
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na 4ª feira (9.jul) que o Brasil adotará a Lei da Reciprocidade Econômica (15.122 de 2025) para responder à imposição tarifária.
“Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”, disse Lula em nota publicada em sua página no X. A proposta de se usar a lei já havia sido considerada em outros momentos, mas não havia sido ainda anunciada pelo governo.
A lei foi aprovada pelo Congresso em abril depois do chamado Dia da Libertação, quando Trump anunciou em 2 de abril a imposição unilateral de tarifas a diversos países do mundo. Naquela data, o Brasil foi taxado em 10%, com algumas exceções. A nova tarifa anunciada nesta 4ª feira entrará em vigor em 1º de agosto.
Na nota, Lula disse ser falsa a informação mencionada por Trump de que a relação comercial entre os 2 países é de deficit para os norte-americanos.
Dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) mostram que a relação desde 2009 é deficitária para o Brasil e superavitária para os EUA, como mostra o infográfico abaixo:
A decisão dos EUA de aplicar a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros tem um potencial bilionário de impacto. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões para o país norte-americano, o que representou 12% do total exportado. Os EUA são o 2º maior parceiro comercial do Brasil.
Uma eventual retaliação do governo brasileiro poderia ter efeito inflacionário, uma vez que os produtos importados dos EUA ficariam mais caros neste cenário.