Carlos Marighella foi deputado federal e líder da ANL (Aliança Libertadora Nacional); ato foi realizado no Jardim Paulista, em SP
Parentes e amigos de Carlos Marighella participaram, na manhã deste sábado (4.nov.2023), de um ato em homenagem aos 54 anos de sua morte, no Jardim Paulista, bairro localizado na zona oeste da cidade de São Paulo, onde o guerrilheiro e político foi morto em 1969.
Uma das lideranças da ALN (Aliança Libertadora Nacional), Marighella foi deputado de 1946 a 1948. Teve o mandato extinto pela Câmara depois da cassação do registro do seu partido, o PCB (Partido Comunista do Brasil). Atuou em oposição à Ditadura Militar, e pregava a luta armada como forma de derrubar o regime.
Foi morto em 4 de novembro de 1969, por agentes da Oban (Operação Bandeirantes), na Alameda Casa Branca.
Entre os familiares presentes, estavam o filho de Marighella, Carlos Augusto Marighella, e o neto, Pedro Marighella.
Participantes deixaram flores no local onde está instalado 1 monumento de granito em homenagem a Marighella. Em discurso, Pedro disse que o monumento faz parte de um “esforço coletivo” de se estabelecer “em pedra” a memória do avô.
Poder360
Monumento em granito instalado no local onde Carlos Marighella foi morto, em 1969, no Jardim Paulista, na capital paulista
Carlos também discursou e disse que Marighella é um nome que se mantém ainda muito presente no cotidiano dos brasileiros e na história do país.
“É uma pessoa impossível de ser deletada da história do país. Ele já foi cinema, já foi filme […] mas é um nome totalmente presente e enraizado, como esse pedra na calçada, na lembrança, na memória e na cabeça da nossa juventude”, afirma.
Carlos se refere, por exemplo, ao filme “Marighella” dirigido por Wagner Moura e protagonizado por Seu Jorge. Foi lançado no Brasil em 2020 e conta a história dos últimos anos de vida do guerrilheiro. É uma adaptação do livro “Marighella – O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo”, de Mário Magalhães.
“[Marighella] Se comprometeu com a possibilidade de fazer um país que pudesse abraçar a todos, mas não ficou somente no pensar, foi também no agir. Ele dedicou a sua vida sabendo que corria os riscos que efetivamente correu”, disse Carlos.
Em sua fala aos participantes, o filho de Marighella também pediu homenagens institucionais ao pai, como o uso do nome para batizar ruas e praças.
“O que a gente precisa são de atos institucionais de reconhecimento. O Estado brasileiro precisa aprofundar e fazer de Marighella um personagem destacado da história do Brasil através dessas formas usuais, que o povo reconhece. Quando o povo vê o nome de alguém numa praça, imediatamente associa isso a uma pessoa importante […] Marighella merece, sim, ser nome de rua, ser nome de cometa”, disse.
Assista (21min):
Fonte: https://www.poder360.com.br/brasil/familia-de-marighella-presta-homenagem-aos-54-anos-de-sua-morte/