Jovem soube que avó morreu porque Hamas postou imagens do corpo

Adi Bayder diz que integrantes do grupo extremista publicaram vídeo no perfil da própria vítima no Facebook

Durante o ataque a Israel no último sábado (7.out.2023), integrantes do Hamas mataram uma idosa israelense e registraram sua execução em vídeo. As imagens foram compartilhadas pelo grupo extremista no perfil da vítima no Facebook.

Os parentes de Blacha Levenson souberam do ataque do Hamas em Israel quando viram o vídeo na rede social. Os registros mostravam a idosa “cercada de sangue com homens armados” à sua volta. Seu neto, Yoav Bayder, que mora no Canadá, diz ter ficado “incrédulo” ao assistir os registros enquanto verificava se o resto da família estava segura após relatos iniciais de mísseis disparados ao sul de Israel no sábado (7.out).

Segundo o jornal britânico The Telegraph, a comunidade judaica de Nir Oz, a cerca de 1 km de Gaza, onde a idosa estava, teria sido um dos primeiros alvos do Hamas. Crianças e idosos teriam sido executados “à queima-roupa” por homens armados com fuzis AK-47. Há relatos de que outros integrantes da comunidade foram raptados e mulheres “estupradas” pelo grupo extremista.

Em uma publicação no Facebook, Adi Bayder, neta de Blacha Levenson, diz que a avó estava “acostumada com os alarmes”, mas que os familiares ligaram “para ter certeza de que ela estava bem e em um local seguro”.

“Foi apenas alguns minutos antes do incidente. Ela nos disse que estava bem e que não tinham recebido instruções especiais. Poucos minutos depois, soubemos […] Em um ato horrível, o terrorista filmou tudo e postou em sua página no Facebook”, escreveu.

“Minha avó era a mulher mais gentil que conheço. Ela era o alicerce de nossa família, ela me salvou e toda a minha família. Ela tinha um coração de ouro que só se concentrava no bem da vida. Ela nunca fez mal a ninguém. Nunca pensei que passaria por algo assim”, acrescentou Bayder.

O grupo extremista Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro. As forças israelenses responderam com bombardeios em alvos na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou no domingo (8.out) guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo.

O número de mortes por conta do conflito armado entre Israel e o grupo extremista Hamas chegou a 2.300. Desses, 1.100 são palestinos, segundo dados divulgados nesta 4ª feira (11.out.2023) pelo Ministério da Saúde da Palestina, e pelos menos 1.200 são israelenses, conforme a Defesa de Israel.

ENTENDA O CONFLITO

Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os 2 grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.

O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza.

O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006.

A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da 1ª Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), Guerra dos 6 Dias (1967), 1ª Intifada (1987) e a 2ª Intifada (2000). Entenda mais aqui.

Os atritos na região começaram depois que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, árabes recusaram a divisão, alegando terem ficado com as terras com menos recursos.

ATAQUE A ISRAEL

O Hamas, grupo radical islâmico de orientação sunita, realizou um ataque surpresa a Israel no sábado (7.out). Israel declarou guerra contra o Hamas e começou uma série de ações de retaliação na Faixa de Gaza, território palestino que faz fronteira com Israel e é governado pelo Hamas.

Os ataques do Hamas se concentram, até o momento, ao sul e ao centro de Israel. Caso o Hezbollah faça novas investidas na fronteira com o Líbano, um novo foco de combate pode se estabelecer ao norte de Israel.

O tenente-coronel israelense, Richard Hecht, afirmou que o país “olha para o Norte” e que espera que o Hezbollah “não cometa o erro de se juntar [ao Hamas]”.

Saiba mais sobre a guerra em Israel:

o grupo extremista Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro e assumiu a autoria dos ataques no dia seguinte;
cerca de 2.000 foguetes foram disparados da Faixa de Gaza. Extremistas também teriam se infiltrado em cidades israelenses –há relatos de sequestro de soldados e civis;
Israel respondeu com bombardeios em alvos na Faixa de Gaza;
o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou (8.out) guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo;
líderes mundiais como Joe Biden e Emmanuel Macron condenaram os ataques –entidades judaicas fizeram o mesmo;
Irã e o grupo extremista Hezbollah comemoraram a ação do Hamas –saiba como é o interior de túneis usados pelo Hezbollah na fronteira entre o Líbano e Israel;
o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, determinou na 2ª feira (9.out) um “cerco completo” à Faixa de Gaza. Segundo a ONU, ação é proibida pelo direito humanitário internacional;
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky comparou o conflito à guerra na Ucrânia. Afirmou que o Hamas é uma “organização terrorista”, enquanto a Rússia pode ser considerada um “Estado terrorista”;
Lula chamou os ataques do Hamas de “terrorismo”, mas relativizou episódio;
Haverá uma operação do governo para repatriar brasileiros em áreas atingidas pelos ataques. Serão 5 voos para buscar 900 pessoas. O 1º avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para resgate pousou em Tel Aviv nesta 3ª feira (10.out). A operação deve ser concluída na 5ª feira (12.out);
Embaixada de Israel no Brasil chamou Hamas de “ramo” do regime iraniano;
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, também se pronunciaram e fizeram apelo pela paz;
Bolsonaro (PL) repudiou os ataques e associou o Hamas a Lula;
O Itamaraty confirmou a morte de 1 brasileiro, outro 2 seguem desaparecidos;
ENTENDA – saiba o que é o Hamas e o histórico do conflito com Israel;
ANÁLISE – Conflito é entre Irã e Israel e potencial de escalada é incerto; 
OPINIÃO – Dias incertos para o mercado de petróleo, escreve Adriano Pires;
FOTOS E VÍDEOS – veja imagens da guerra na playlist especial do Poder360 no YouTube.

Leia também: 

Fonte: https://www.poder360.com.br/internacional/jovem-soube-que-avo-morreu-porque-hamas-postou-imagens-do-corpo/

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