Taxa negativa foi a maior para o mês desde 2022; inflação anualizada foi de 5,13%, acima do teto da meta
O Brasil registrou deflação –queda de preços– de 0,11% em agosto. Essa foi a maior taxa negativa para o mês desde 2022. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) nesta 4ª feira (10.set.2025).
Os agentes do mercado financeiro esperavam uma taxa negativa em agosto. A deflação foi provocada pelo barateamento de produtos alimentícios e da conta de luz residencial. Em agosto de 2024, o índice de preços do país também registrou queda. A taxa mensal foi de -0,02% na época.
A inflação do país não está, contudo, dentro do intervalo permitido pela meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). A taxa acumulada em 12 meses até agosto foi de 5,13%.
O colegiado formado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, estabeleceram uma meta de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
A taxa anualizada está acima do teto da meta, de 4,5%, há 11 meses consecutivos. A última vez que o IPCA esteve dentro dos limites foi em setembro de 2024, quando subiu 4,42% no acumulado de 12 meses.
Responsável por controlar a inflação, o Banco Central publicou uma carta em julho para dizer que a taxa anualizada deve voltar para o intervalo permitido no 1º trimestre de 2026.
A autoridade monetária elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 15,00% ao ano em junho. A medida foi adotada para desestimular o consumo e o acesso a crédito. Na prática, esfria a economia.
As medianas das estimativas dos agentes financeiros indicam que a inflação será de 4,85% e a taxa Selic continuará em 15,00% no final deste ano, segundo o Boletim Focus desta 2ª feira (8.set.2025). O mercado espera que o início dos cortes da taxa básica comece em 28 de janeiro de 2026.
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-economia/brasil-registra-deflacao-de-011-em-agosto-diz-ibge/