Presidente do Supremo e do CNJ se reuniu com líderes indígenas na 6ª feira (22.ago); deixará a presidência da Corte em setembro
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), visitou na 6ª feira (22.ago.2025) duas terras indígenas na região do Vale do Javari, na Amazônia. Ele se reuniu com líderes indígenas das aldeias Txexe Wassa e Nova Geração. Estava acompanhado do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Herman Benjamin, da presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Joenia Wapichana, e de magistrados do CNJ.
Barroso, 67 anos, deixará a presidência do Supremo em 29 de setembro. É um dos que teria tido seu visto cancelado como parte das sanções impostas pelo governo norte-americano. Como mostrou o Poder360, o ministro tem demonstrado uma certa frustração pelo estado de divisão que acabou se instalando na Corte. De todos os 11 integrantes do STF, é o que tem mais ligações com os Estados Unidos. Será substituído por Edson Fachin, 67 anos.
Barroso e Herman Benjamin foram homenageados por oficiais do 8º Batalhão de Infantaria de Selva, na manhã de 6ª feira (22.ago). Depois, seguiram para a terra Txexe Wassa, onde conversaram com líderes indígenas a respeito da proteção dos povos isolados, do avanço de invasores, garimpo e do crescimento das fazendas do entorno.
A reunião foi mediada por Buchi Matis, coordenador-geral da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari). Os caciques Ivan Arapa (aldeia Paraíso), Ivan Ixma (aldeia Txexe Wassa) e Txma Matis (aldeia Nova Geração) participaram.
Em nota, Barroso disse que o Judiciário brasileiro procura “representar da melhor forma possível o Estado brasileiro e assegurar uma convivência adequada das comunidades indígenas com a sociedade brasileira, com todas as proteções necessárias”, mas que nem sempre consegue alcançar este objetivo. “Mas a gente faz o melhor que pode”, declarou.
“Viemos aqui para conhecê-los, para dizer que estamos do lado de vocês para proteger sua cultura, suas terras, procurar assegurar acesso à saúde, acesso à educação, e também procurar defendê-los dos invasores, da mineração ilegal, caça ilegal, pesca ilegal. Nós somos, ministro Benjamin e eu, o Poder Judiciário, que tem 18.000 juízes, todos comprometidos em cumprir a Constituição e a lei. E a Constituição assegura uma proteção especial a vocês, às comunidades indígenas, que são os povos originários do Brasil”, disse.
Os ministros também se reuniram com integrantes da Univaja na Câmara de Vereadores de Atalaia do Norte (AM).
Veja as fotos da visita:
Barroso visita terras indígenas no Vale do Javari (AM)