Leia o que se sabe sobre episódio entre Nikolas e Camila Jara

Deputado diz que foi agredido; congressista nega e afirma ser alvo de uma tentativa de “construir uma narrativa falsa”

A sessão na Câmara de 6 de agosto de 2025 foi marcada pela ocupação da Mesa Diretora por deputados bolsonaristas e também por um episódio envolvendo Nikolas Ferreira (PL-MG) e Camila Jara (PT-MS). Ele afirma ter sido agredido pela petista, que nega.

De acordo com a assessoria de imprensa de Nikolas, a deputada o agrediu na região do seu órgão sexual. Disse também que as imagens mostram isso. Não é possível dizer, a partir da transmissão da TV Câmara, o que de fato se passou. No momento em que parece haver um desentendimento entre os deputados, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) se levanta e fica na frente do congressista do PL –que parece ter ido ao chão.

Assista ao momento (32s):

NIKOLAS DIZ QUE VÍDEO TEM CONFISSÃO

Nikolas publicou um vídeo em seu perfil nas redes sociais na 5ª feira (7.ago) em que Jara fala sobre o episódio. “Eu dei e foi com o braço doído”, diz ela em um trecho da gravação. Segundo o congressista do PL, a deputada “confessa ter agredido e posa de vítima”.

No vídeo, Jara diz “vamos bater no coleguinha?” e dá risada. O registro, então, mostra um trecho do episódio na Câmara. Depois do corte, volta a exibir o diálogo da petista com um homem, que afirma: “Como está a Camila? A Camila está ótima”. Em seguida, a petista declara: “Vai ver meu braço aqui. Pior que eu dei e foi com o braço doído”. 

Assista ao vídeo postado por Nikolas (48s):

Em nota enviada ao Poder360, a deputada afirmou que o vídeo publicado por Nikolas foi gravado na 5ª feira (7.ago) na Assembleia Legislativa de Campo Grande durante evento do PNE (Plano Nacional de Educação).

“Camila conversa de forma descontraída sobre um conselho que ouvia da mãe na infância –de não bater nos colegas, mesmo quando discordasse– e que leva como princípio de vida”, diz o comunicado.

O QUE DIZEM OS DEPUTADOS

O Poder360 procurou Nikolas Ferreira para perguntar o que houve entre ele e Camila. A assessoria de imprensa do deputado informou que as imagens mostram o que se deu.

Em nota (leia a íntegra abaixo), a equipe de Camila Jara disse que o deputado mineiro “tenta, mais uma vez, construir uma narrativa falsa, como é praxe da máquina de ataques e ódio da extrema-direita”.

Em vídeo publicado nas redes na 5ª feira (7.ago), ela afirmou ainda que Nikolas “tem que parar de mentir” e que não socou “as partes íntimas do deputado”.  

Assista ao vídeo postado por Camila (50s):

LÍDER DO PL QUER PUNIÇÃO

O líder do PL (Partido Liberal) na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), apresentou nesta 6ª feira (8.ago) à Corregedoria da Casa Baixa uma representação contra Camila Jara por quebra de decoro, com pedido de suspensão do mandato da congressista.

A ação teve coautoria do partido Novo, liderado na Câmara por Marcel van Hattem (RS). Agora, a Mesa Diretora irá analisar o requerimento e deve encaminhá-lo ao Conselho de Ética. Leia a íntegra do documento (PDF – 552 kB).

“Violência não é argumento. Imunidade parlamentar não é salvo-conduto para agressão. Estamos vigilantes. E vamos até o fim”, declarou Sóstenes em seu perfil no X (ex-Twitter).

Leia a íntegra da nota enviada pela deputada Camila Jara:

“O vídeo recortado por Nikolas (PL-MG) para ampliar sua falsa narrativa não é uma confissão. 

“Camila Jara (PT-MS) já havia explicado, em nota, que reagiu aos empurrões de deputados bolsonaristas que bloqueavam a entrada de qualquer mulher da esquerda no centro da mesa diretora.

“Naquele momento, formou-se um paredão de homens da extrema-direita para impedir o acesso. Camila foi a única a conseguir atravessar o bloqueio para acessar o centro.

“Deputados como Zé Trovão (PL-SC) chegaram a colocar a perna para impedir até mesmo a entrada de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara. Camila passou por baixo dessa barreira física para chegar à mesa.

“O vídeo em questão foi gravado na Assembleia Legislativa de Campo Grande, durante evento do Plano Nacional de Educação (PNE), após ameaças sofridas nas redes sociais. Na gravação, Camila conversa de forma descontraída sobre um conselho que ouvia da mãe na infância – de não bater nos colegas, mesmo quando discordasse – e que leva como princípio de vida. A pergunta “como está Camila?” referia-se ao seu estado de saúde após o tratamento contra o câncer de tireoide.

“Camila passou por duas cirurgias para retirada completa da tireoide e de linfonodos. No momento, prepara-se para a etapa de iodoterapia. A recuperação tem apresentado desafios: a cirurgia afetou um nervo no pescoço, limitando a mobilidade do ombro e do braço direito, justamente o braço que esbarrou em Nikolas no jogo de corpo durante o empurra-empurra. A fisioterapia tem ajudado, mas a deputada ainda não consegue erguer completamente o braço sem tremores.

“Nikolas Ferreira tenta, mais uma vez, construir uma narrativa falsa, como é praxe da máquina de ataques e ódio da extrema-direita. Hoje, Camila é o alvo. 

“Camila Jara apenas agiu para garantir seu direito de representar o povo no espaço que lhe cabe, da mesma forma que qualquer mulher reagiria em um tumulto, quando um homem a pressiona contra a multidão. Não houve soco, como Nikolas propaga de forma mentirosa em suas redes, ou qualquer outro ato de violência deliberada.”

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-congresso/leia-o-que-se-sabe-sobre-episodio-entre-nikolas-e-camila-jara/

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