Ministro da Fazenda afirma que texto será enviado para o presidente Lula, responsável por decidir o dia do anúncio formal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 4ª feira (6.ago.2025) que o plano de auxílio aos setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos já está “pronto” em seu ministério. Segundo ele, parte do projeto pode vir por meio de uma medida provisória.
O chefe da equipe econômica afirmou que o texto será enviado até o final do dia para a Casa Civil. Depois, cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançar as ações e fazer um anúncio formal.
“Dissemos para ele [Lula] que a questão de empresa por empresa não precisa, evidentemente, ser tratado em lei. Pode ser por objeto de regulamentação. Mas, evidentemente, o ato do presidente, ele vai julgar conveniente. Possivelmente terá que ser uma medida provisória”, declarou Haddad, em entrevista a jornalistas na sede de seu ministério, em Brasília.
Uma medida provisória é uma norma com força de lei editada pelo presidente da República. Teoricamente, deve ser usada em situações de urgência e relevância.
O texto vale de forma imediata depois da publicação, mas precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornar lei definitiva.
Haddad voltou a sinalizar que o governo vai lançar linha de créditos para ajudar os setores prejudicados pelas tarifas. Disse que Lula pediu um detalhamento do impacto “empresa por empresa”.
O ministro se reuniu com Lula na noite de 3ª feira (5.ago) para debater o tema. Afirmou que o plano deve vir com um foco no pequeno produtor.
“Tem um relatório que vai chegar do Mdic na Casa Civil sobre a situação empresa por empresa. É um detalhamento que o presidente pediu. Mas o ato em si não depende desse detalhamento porque é mais genérico, só na regulamentação e aplicação da lei que teremos que fazer uma análise mais setorial”, disse à imprensa.
TARIFAÇO DE TRUMP
As tarifas impostas pelos Estados Unidos de Donald Trump (Partido Republicano) contra o Brasil entraram em vigor. A medida começou a partir de 0h01 (horário de Brasília) desta 4ª feira (6.ago.2025).
O presidente norte-americano determinou uma alíquota de 50% sobre as importações brasileiras. É uma taxa de 10% geral mais uma cobrança adicional de 40%.
Na prática, a medida deixará as exportações do Brasil aos Estados Unidos mais caras.