Haddad rebate sobre IOF: “quem não tem argumento, mente”

Ministro afirmou que aumento do imposto não atinge pessoas físicas, diferentemente do que afirmou o senador Ciro Nogueira nesta 4ª feira (9.jul.2025) pela manhã

O ministro da Economia, Fernando Haddad (PT), declarou nesta 4ª feira (9.jul) no X que “a oposição precisa se informar e parar de mentir”. A postagem contém um vídeo do momento em que o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), é corrigido sobre as informações que trazia a respeito do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Na manhã desta 4ª feira, Nogueira afirmou em entrevista a GloboNews que “as pessoas não podem ser sacrificadas” pelo aumento do IOF. Ele declarou que, caso o imposto afete a população de baixa renda, o Congresso não aceitará a mudança.

No vídeo compartilhado por Haddad, a jornalista Mônica Waldvogel interrompe a entrevista com um comunicado de correção do Ministério da Fazenda. “Uma pequena correção: em tudo que se refere aos empréstimos ligados à Pessoa Física, não houve aumento do IOF. As alterações foram feitas em cima de outras operações, como compra de moeda, cartão de crédito usado no exterior e risco sacado”, diz ela.

Assista:

Quem não tem argumento, mente:
O IOF da pessoa física não aumentou nem um centavo. Quem aumentou foi Bolsonaro.
Nós criamos o Acredita, o Desenrola e o consignado privado. Nome limpo e crédito mais barato.
A oposição precisa se informar — e parar de mentir. pic.twitter.com/6XTKUqzAUh

— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) July 9, 2025

“O IOF da pessoa física não aumentou nem um centavo. Quem aumentou foi Bolsonaro”, escreveu Haddad.

O ministro voltou a insistir na mudança da alíquota durante uma reunião com representantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Congresso na noite de 3ª feira (8.jul). A ideia do encontro foi retomar o diálogo a respeito do impasse, mas ele terminou de forma inconclusiva. Leia mais nesta reportagem.

Uma divergência foi evidenciada:

governo – Haddad disse que fará todos os esforços para convencer o Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade da cobrança do IOF com alíquotas maiores;
Congresso – o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) disse que dificilmente um novo imposto ou elevação de alíquotas de taxas atuais seriam bem recebidas dentro do Legislativo e que o governo precisa buscar formas de cortar gastos.

O governo resolveu aumentar o IOF para fechar as contas de 2025. O Congresso derrubou em 27 de junho de 2025 o decreto presidencial com uma votação expressiva na Câmara e por aprovação simbólica (sem registro de votos) no Senado. O governo foi ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar anular a decisão de deputados e senadores. Partidos de oposição também entraram no STF para manter a derrubada do IOF.

Em 4 de julho de 2025, o ministro Alexandre de Moraes decidiu suspender os efeitos do decreto presidencial do IOF e a votação do Congresso que derrubava o aumento desse imposto. Na prática, o despacho de Moraes foi ruim para o governo. O IOF com alíquotas maiores, como desejava Fernando Haddad, continuou sem ser cobrado.

Para ter uma ideia de como a medida reduz a arrecadação do governo basta ver os dados de junho: houve uma coleta de R$ 8 bilhões de IOF. Esse valor é o maior já registrado para 1 único mês desde 2005. Agora, no mês de julho, a taxa já voltou a ser cobrada com os percentuais anteriores. Isso deve frustrar as receitas federais em cerca de R$ 2 bilhões.

“Foi uma reunião para retomar o diálogo. Não adiantamos nada. Amanhã vou relatar aos líderes um pouco dessa disposição de conversar e dizer que estamos à disposição para ter um diálogo e que sabemos das dificuldades do governo para arrecadar. Mas estamos sempre mais propensos ao corte de despesas, e não para o aumento de impostos”, disse Hugo Motta ao Poder360.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-governo/haddad-rebate-ciro-nogueira-iof-pessoa-fisica/

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