Receita com alternativa de Haddad ao IOF será R$ 44 bi, diz Warren

Esse é o impacto anual estimado para as medidas, que incluem aumento de impostos em títulos e em lucro de empresas

As alternativas da equipe econômica para o impasse do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) devem incrementar a arrecadação em R$ 44,2 bilhões em 2026, segundo cálculos elaborados pela Warren Investimentos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma série de medidas a congressistas na noite de domingo (8.jun.2025) com recuos em relação ao decreto do IOF, mas com aumento de outros tributos para compensar.

A Warren diz que a ação que mais trará dinheiro para os cofres públicos é a revisão de renúncias fiscais, com R$ 28,6 bilhões de receita em 2026. É mais da metade (65%) de todo o estimado.

O aumento da cobrança de 12% para 18% em apostas esportivas teria impacto positivo de R$ 8,6 bilhões. As outras medidas têm os seguintes impactos projetados:

taxa de 20% no JCP (Juros sobre Capital Próprio) – o aumento da tributação sobre a distribuição de lucros aos acionistas promoveria uma alta de R$ 4 bilhões;
taxa mínima de 15% para a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) – o imposto cobrado a empresas colocaria R$ 1,8 bilhão nos cofres;
Imposto de Renda de 5% em títulos isentos – impacto de R$ 1,1 bilhão.

Desses R$ 44,2 bilhões, um total de R$ 29,6 bilhões ficaria com a União. O resto inclui os repasses aos Estados e municípios.

O Poder360 preparou uma reportagem que explica em detalhes o que muda com as medidas propostas pelo governo. Leia um resumo no infográfico abaixo:

O IMPASSE DO IOF

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o IOF com objetivo de arrecadar R$ 41 bilhões em 2026 –iniciativa vista como negativa por diversos setores políticos e econômicos.

A reação negativa ao aumento do IOF levou Haddad a negociar as alternativas com o Congresso. Na prática, se a ação fosse derrubada, o governo teria que congelar mais dinheiro público. Isso foi apresentado aos deputados e senadores como uma necessidade de trazer novas iniciativas fiscais.

O aumento dos impostos será feito por meio de medida provisória, projeto de lei complementar ou PEC (Proposta de Emenda à Constituição). Todos os mecanismos precisam de aprovação do Congresso.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta 2ª feira (9.jun) que o Congresso não tem “compromisso” em aprovar a medida provisória com as alternativas.

“Não há do Congresso o compromisso de aprovar essas medidas que vêm na MP. A medida provisória será enviada apenas para que, do ponto de vista contábil, não se tenha que aumentar o contingenciamento que já está sendo feito”, declarou em evento do jornal Valor Econômico em São Paulo.

Saiba a diferença:

decreto – ato do presidente para regulamentar leis já existentes, sem passar pelo Congresso;
PEC – proposta que altera a Constituição, exige aprovação mais difícil no Congresso;
medida provisória – ato com força de lei editado pelo Presidente, com validade imediata e temporária;
projeto de lei complementar – proposta que regulamenta pontos da Constituição, exigindo maioria absoluta no Congresso.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-economia/receita-com-alternativa-de-haddad-ao-iof-sera-r-44-bi-diz-warren/

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