Senador afirma que Wolney Queiroz, atual ministro, sabia dos descontos indevidos em aposentadorias desde 2023 e não agiu
O senador Sergio Moro (União-PR) rebateu, na 5ª feira (15.mai.2025), críticas do ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, relacionadas ao escândalo de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Moro afirmou em seu perfil oficial no X que Queiroz, na época secretário-executivo do ministério, foi informado sobre os descontos indevidos em aposentadorias e pensões ainda em 2023 e não tomou providências.
“O atual ministro da Previdência tentou acusar-me falsamente de omissão, mas foi ele quem, na condição de secretário-executivo da pasta, foi informado expressamente do roubo dos aposentados do INSS ainda em 2023 e nada fez”, declarou Moro.
A fala veio depois de o senador e o ministro terem discutido durante reunião da Comissão de Transparência e Fiscalização do Senado sobre as fraudes e descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, realizada na 5ª feira (15.mai).
Durante a reunião, Moro questionou o ministro sobre um episódio de 2023, em que a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) conseguiu suspender descontos em milhares de benefícios, sugerindo que Wolney tinha conhecimento da situação e não tomou providências.
Em resposta, Wolney relembrou uma denúncia de 2020, quando um servidor relatou descontos indevidos à Polícia Federal, durante o comando de Moro no Ministério da Justiça, e afirmou que ele “não agiu”.
Wolney também afirmou que as fraudes no INSS começaram na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que as investigações mais sérias só começaram sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na ocasião, Moro respondeu que não tinha conhecimento desses problemas enquanto liderava a Justiça, mas insistiu que Wolney também sabia dos problemas em 2023 e não agiu. O debate evidencia as divergências entre ambas as autoridades acerca da responsabilidade pelas fraudes.
OPERAÇÃO “SEM DESCONTO”
A PF deflagrou a operação Sem Desconto, em 23 de abril, para investigar um esquema de descontos irregulares em benefícios previdenciários que causou um prejuízo estimado de R$ 6,3 bilhões a aposentados e pensionistas do INSS entre 2019 e 2024.
A ação foi realizada em 13 estados brasileiros, com 211 mandados judiciais cumpridos, incluindo prisões e apreensão de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão.
A investigação revelou crimes como corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, lavagem de capitais e violação de sigilo funcional. A CGU (Controladoria Geral da União) iniciou auditorias em 2023, identificando irregularidades em 70% das entidades com acordos de cooperação com o INSS, incluindo a Contag, Ambex e Conafer.
O governo federal suspendeu os ACTs (Acordos de Cooperação Técnica) e os descontos realizados nos contracheques dos beneficiários. Os aposentados podem solicitar a exclusão de débitos irregulares pelo aplicativo “Meu INSS”. Os acordos permanecerão suspensos até o fim das investigações e a definição de novos protocolos de verificação.
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-congresso/moro-rebate-criticas-de-ministro-sobre-fraudes-no-inss/