Trégua começará às 12h (horário de Brasília) deste sábado (19.abr) e deve terminar às 18h de domingo (20.abr); Putin espera que a Ucrânia também anuncie pausa
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste sábado (19.abr.2025) um cessar-fogo temporário com a Ucrânia. A trégua se dá por causa do feriado da Páscoa. Terá início às 12h (horário de Brasília) e deve terminar às 18h de domingo (20.abr) –meia-noite de 2ª feira (21.abr) no horário de Moscou.
“Ordeno a suspensão de todas as operações militares por este período […] Ao mesmo tempo, nossas tropas devem estar preparadas para repelir possíveis violações do cessar-fogo e provocações por parte do inimigo, bem como quaisquer atos agressivos de sua parte”, declarou Putin em comunicado.
O presidente russo espera que a Ucrânia também siga a trégua, mas o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda não se pronunciou.
A Ucrânia e a Rússia tentam negociar um cessar-fogo permanente sob a intermediação do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano). No entanto, as discussões não estão avançando no ritmo desejado pela Casa Branca.
Na 6ª feira (18.abr), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que Trump abandonará os esforços para a trégua se não houver um acordo nas próximas semanas.
“Temos outras prioridades para focar também”, disse Rubio em Paris (França) depois de uma reunião sobre o conflito com líderes franceses e ucranianos.
Leia a íntegra do comunicado do governo da Rússia:
“O presidente da Rússia anunciou uma trégua de Páscoa
“Durante uma reunião no Kremlin, o Comandante Supremo ouviu um relatório do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Russas, Valery Gerasimov, sobre a situação na linha de contato e declarou que o lado russo cessaria todas as ações militares a partir das 18h (horário de Moscou) de 19 de abril até às 0h (horário de Moscou) de 21 de abril.
“Guiado por motivos humanitários, o lado russo anuncia um cessar-fogo de Páscoa a partir das 18h de hoje até às 0h de segunda-feira. Por meio deste, ordeno a cessação de todas as operações militares durante este período. Presumimos que o lado ucraniano seguirá nosso exemplo. Ao mesmo tempo, nossas tropas devem estar preparadas para repelir possíveis violações do cessar-fogo e provocações por parte do inimigo, bem como quaisquer atos agressivos de sua parte.”
CONFLITO JÁ DURA 3 ANOS
A ofensiva russa contra a Ucrânia, lançada pelo presidente Vladimir Putin como uma “operação militar especial”, teve início em 24 de fevereiro de 2022. A invasão foi justificada pelo governo russo como uma ação para “desmilitarizar” e “desnazificar” o país vizinho, além de proteger a população de províncias separatistas como Donetsk e Luhansk, a investida rapidamente se transformou no maior conflito em solo europeu desde a 2ª Guerra Mundial.
De lá para cá, diversas tentativas de acordo para o fim da guerra foram realizadas, mas sem sucesso. Os Estados Unidos e países europeus desempenharam um papel ativo na diplomacia durante esses 3 anos. Mas, com o início do 2º mandato de Donald Trump (Republicano) à frente da Casa Branca, a abordagem mudou.
O governo norte-americano tenta um acordo de paz entre Kiev e Moscou desde o retorno de Trump à Casa Branca. O republicano suspendeu o auxílio militar dos EUA à Ucrânia ao assumir o novo mandato. A medida foi uma de suas propostas de campanha.
Em 11 de abril, Donald Trump pressionou a Rússia a tomar medidas decisivas para encerrar a guerra e disse que o conflito “nunca deveria ter acontecido, e não teria acontecido” se ele estivesse na Presidência em 2022, ano em que começou a guerra.
Líderes europeus, no entanto, estão alinhados à Ucrânia e seguem com o apoio militar às tropas do governo de Volodymyr Zelensky.
Em 27 de março, a União Europeia realizou uma reunião chamada de “coalizão dos dispostos” para discutir o envio de tropas de paz à Ucrânia para negociar uma trégua. Eles não conseguiram chegar a um acordo.
Segundo o presidente da França, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), a decisão não foi unânime. O termo “coalizão dos dispostos” foi originalmente usado pelo presidente norte-americano George W. Bush (Partido Republicano) no contexto da invasão do Iraque.