UTI, poucas visitas e sem comer: o pós-operatório de Bolsonaro

Ex-presidente fez cirurgia para tratar obstrução parcial no intestino e as primeiras 48h são decisivas; está acordado e lúcido, afirmam médicos

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital DF Star nesta 2ª feira (14.abr.2025) depois de passar por uma cirurgia de 12 horas na região abdominal, no domingo (13.abr), em Brasília. Segundo a equipe médica, as primeiras 48h do pós-operatório são decisivas. Por este motivo, as visitas são restringidas.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanha o marido na internação e decidiu junto aos médicos que encontros estão limitadas a familiares. A recomendação é que o ex-presidente fale pouco e fique em repouso. Bolsonaro está acordado, conversando e “fez até piadas”, segundo Leandro Echenique, cardiologista que trata o ex-chefe do Executivo desde 2018.

Bolsonaro ficará internado ao menos duas semanas e passará por uma recuperação longa. Está recebendo antibióticos de forma preventiva e faz sessões de fisioterapia para evitar que perca massa muscular ao longo da recuperação.

A nutrição é realizada via venosa, já que está impedido de se alimentar desde a 6ª feira (11.abr), quando precisou de atendimento médico durante viagem ao Rio Grande do Norte. Só deve voltar a comer depois que as funções do intestino tiverem retomado a normalidade.

O DF Star irá divulgar boletins diários sobre a saúde de Bolsonaro, com a anuência da família.

CIRURGIA DE 12 HORAS

A cirurgia, chamada de laparotomia exploradora, foi de alta complexidade. A equipe demorou ao menos duas horas para acessar a cavidade abdominal e outras 5 horas para corrigir aderências ao longo do intestino do ex-presidente.

Segundo Cláudio Birolini, que conduziu o procedimento cirúrgico, a situação era de “um abdome hostil” que precisou de correções “quase milimétricas”.

“O intestino dele já estava bastante sofrido, o que nos leva a crer que ele tinha o quadro de semi oclusão há alguns meses”, disse Birolini.

Os cirurgiões também reconstruíram a parede do abdome e não descartam a necessidade de cirurgias futuras para tratar de novas aderências– inflamações na região abdominal causadas por intervenções que podem comprometer o funcionamento do sistema digestivo. 

Essa é a 7ª cirurgia desde que Bolsonaro foi alvo de uma facada durante a campanha de 2018. Segundo Echenique, a essa última foi uma das “mais complexas” desde o atentado.

SAÚDE DE BOLSONARO

Bolsonaro desembarcou no Rio Grande do Norte na noite da 5ª feira (10.abr) para a inauguração do Rota 22 na 6ª feira (11.abr), projeto do partido para ampliar o alcance de pautas da oposição com foco no Nordeste.

Na agenda, constavam passagens pelas cidades de Acari, Oiticica e Pau dos Ferros. No entanto, os compromissos foram suspensos depois de ele sentir fortes dores abdominais ainda no município de Tangará.

A comitiva então acelerou em direção à Santa Cruz, a 64 km de Bom Jesus, onde o ex-presidente foi atendido no pronto-socorro do hospital regional da cidade.

De lá, foi transferido de helicóptero para a capital. Pousou no hospital Walfredo Gurgel e seguiu de ambulância para o Hospital Rio Grande, onde deu entrada por volta das 11h15.

Já no sábado (12.abr), diante da necessidade de uma avaliação mais especializada, a equipe médica e a família decidiram pela transferência para Brasília. Bolsonaro foi transferido de Natal ao Hospital DF Star, referência em tratamentos cirúrgicos e onde ele já realizou outros procedimentos anteriormente. A decisão pela remoção foi tomada após os exames indicarem que ele sofria com uma obstrução intestinal, problema recorrente desde a facada que sofreu em 2018.

Em vídeo publicado neste sábado (12.abr), Bolsonaro já havia falado sobre a possibilidade de realizar uma cirurgia.

Assista (56s): 

No domingo (13.abr), o ex-presidente passou por uma cirurgia chamada laparotomia exploradora. A operação, que tinha previsão de durar cerca de 6 horas, acabou se estendendo por 12 horas. O procedimento incluiu a desobstrução intestinal e a reconstrução da parede abdominal, fragilizada por conta das cirurgias anteriores.

Após a cirurgia, Bolsonaro foi encaminhado à UTI, onde permanece sob observação, com quadro considerado estável pela equipe médica. Ainda no domingo (13.abr), em seu perfil no Instagram, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que a cirurgia foi “um sucesso”.

Ainda na noite de domingo (13.abr), Michelle foi às redes sociais agradecer o trabalho da equipe médica. “Minha eterna gratidão a essa equipe médica extraordinária que, com precisão, competência e humanidade, conduziu as 12 horas de cirurgia do nosso capitão“.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-gente/uti-poucas-visitas-e-sem-comer-o-pos-operatorio-de-bolsonaro/

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