A futura ministra das Relações Institucionais questionou a fala do ex-presidente sobre Trump não prejudicar o próprio povo com tarifas
A futura ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), rebateu neste domingo (9.mar.2025) o comentário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as tarifas impostas a outros países por Donald Trump. Em sua conta no X (ex-Twitter), a petista afirmou que o político brasileiro tem “mania de bajular seu ídolo” norte-americano.
“Bolsonaro não deve ser tão burro assim, mas pensa que a gente é. E não perde a mania de mentir e bajular seu ídolo estadunidense. Nosso país é o Brasil e é aqui que ele vai responder por seus crimes”, escreveu.
“Vamos desenhar para ver se Bolsonaro entende: quem paga a conta do aumento de taxas dos produtos importados que Trump está anunciando é o consumidor dos Estados Unidos, porque tudo fica mais caro lá. Essa guerra tarifária prejudica primeiro quem compra, porque vai ter de pagar mais, e também quem vende, porque vai exportar menos”, seguiu a petista.
A resposta foi a uma publicação na mesma plataforma do ex-presidente no sábado (8.mar). Em crítica às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Bolsonaro publicou : “Trump está taxando os outros, não o próprio povo”. Durante entrevista ao Flow Podcast, o ministro disse que “o cara que o Bolsonaro apoia nos Estados Unidos está aplicando taxas “no mundo inteiro”.
Além de dizer que Trump não taxa seu próprio povo, Bolsonaro sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcasse uma audiência com Trump e o empresário Elon Musk para debater sobre as tarifas aos outros países. Ainda recomendou que falasse sobre o Hamas e acordos assinados com a China.
O ex-presidente também disse que a volta da exigência de visto para norte-americanos entrarem em território brasileiro “fará com que o Brasil deixe de receber milhares de turistas e milhões de dólares”.
Em 2019, o governo de Bolsonaro havia derrubado a exigência do visto para cidadãos dos EUA, do Canadá, da Austrália e do Japão. A isenção de visto está em vigor até 9 de abril, porém o governo Lula deve voltar a exigir o documento depois dessa data.
A fala de Haddad, feita na última 6ª feira (7.mar.2025), era uma referência às novas taxações de impostos anunciadas pelo governo norte-americano.
As tarifas preveem: taxa de 25% às importações do Canadá e do México (com exceção da energia canadense, taxada em 10%); e taxa de 20% às importações da China. Contudo, as taxações ao México estão suspensas até 2 de abril.
A alteração ocorreu depois de conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e a presidente do México, Claudia Sheinbaum (Morena, esquerda) na última 5ª feira (6.mar.2025).