Ministro já comunicou a Lula seu desejo de deixar o governo por motivos pessoais, mas não quer ser incluído na reforma ministerial
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, deve deixar o Ministério da Defesa. Ele comunicou seu desejo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no fim do ano passado e alegou querer ficar mais próximo da família. Na bolsa de apostas de quem o substituirá figuram, pelo menos, 5 nomes.
Múcio já declarou a interlocutores que gostaria de sair antes da reforma ministerial, que Lula deve promover no início de fevereiro, logo depois das eleições para as presidências da Câmara e do Senado. A escolha da nova cúpula do Congresso está marcada para 1º de fevereiro. Por ser uma decisão pessoal, o ministro não gostaria que sua saída fosse associada a uma demissão. Mas, talvez, a troca acabe ficando para depois das mudanças.
A decisão caberá ao presidente. Ele, porém, tem tentado convencer Múcio a ficar no cargo. Integrantes do governo e da cúpula das Forças Armadas avaliam que o ministro cumpriu com sua principal missão: a de aproximar a cúpula militar do governo Lula e apaziguar a relação.
Na conversa que teve com o presidente, em dezembro, Múcio disse que tem sido cobrado por familiares para reduzir seu ritmo de trabalho. O ministro tem 76 anos. Também já indicou em outras ocasiões um certo desgaste por ter de equilibrar a tensa relação entre as Forças Armadas e o governo petista. Há alguns meses já sinalizava a pessoas próximas sua intenção de deixar o cargo na 1ª metade do 3º mandato de Lula.
COTADA 1: KÁTIA ABREU
Com a possível saída de Múcio, ao menos 5 nomes já circularam como substitutos. O Poder360 apurou que, inicialmente, uma das opções que o ministro gostaria de sugerir era a ex-senadora e ex-ministra Kátia Abreu. Avaliava que seria uma boa alternativa sugerir uma mulher para a Defesa, o que seria inédito. A ideia, porém, arrefeceu.
COTADO 2: PADILHA
Recentemente, Múcio passou a defender o nome do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para substituí-lo. Avalia que, embora seja um nome histórico do PT, Padilha tem capacidade de diálogo e poderia estabelecer boas relações com o comando militar.
Não seria a 1ª vez que o petista substituiria Múcio. Em 2009, durante o 2º mandato de Lula, Padilha assumiu o Ministério das Relações Institucionais no lugar de Múcio, que havia sido indicado para uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União).
COTADO 3: ALCKMIN
Outros nomes também circulam na Esplanada como possibilidades para a Defesa. Um deles é o do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Neste caso, ele deixaria o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Sua escolha poderia se dar também pelo seu temperamento considerado afável e de fácil relacionamento.
COTADO 4: MÁRCIO ELIAS ROSA
Outro cotado é o secretário-executivo do Mdic, Márcio Elias Rosa. Muito próximo a Alckmin, ele fez sua carreira no Ministério Público. Foi secretário estadual de Justiça e procurador-geral de Justiça de São Paulo nas gestões de Alckmin à frente do Estado.
COTADO 5: PACHECO
O nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também tem sido citado como uma das possibilidades para a Defesa. Ele deixa o comando da Casa em 1º de fevereiro e o Planalto tenta atraí-lo para o governo de olho nas eleições presidenciais de 2026.
O seu partido, o PSD, é considerado por aliados de Lula como fundamental para estar junto na chapa de uma eventual reeleição de Lula ou de seu sucessor. Há também a possibilidade de Pacheco ser indicado para o Ministério da Justiça, no lugar do ministro Ricardo Lewandowski.