Rafael Luiz, especialista do órgão, afirma que ocorrências em 2025 tendem a ficar estáveis e cita falta de infraestrutura nas cidades
O tecnologista Rafael Luiz, de 41 anos, especialista em desastres naturais do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), afirma que as ocorrências registradas pelo órgão em 2024 foram “bastante graves” e que os problemas se concentraram nas grandes cidades e regiões metropolitanas.
“Tradicionalmente, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são as 3 grandes metrópoles que mais registram essas ocorrências”, diz. Cita também a Grande Recife e Salvador como regiões cujas situações preocupam.
Segundo Luiz, há uma previsão de “neutralidade climática” para 2025 e o Brasil deve ter, como um todo, menos chuvas do que no ano anterior.
A tendência é que os alertas para desastres naturais fiquem estáveis. Em 2024, bateram recorde: foram 3.620, alta de 5,7% em 1 ano.
As cidades que mais receberam notificações do tipo no período foram:
Manaus: 50 –o especialista afirma que número de ocorrências cresce a cada ano na capital amazonense;
Belo Horizonte: 41; e
São Paulo: 41.
Apesar de mais alertas emitidos, as ocorrências tiveram uma leve queda, de 0,5%, em uma situação perto da estabilidade.
“Certamente ano passado, embora não tenha batido o recorde de ocorrências, as que tiveram foram bastante graves. A grande parte delas no Rio Grande do Sul”, afirma Rafael Luiz. Os desastres de nível hidrológico (como enchentes) prevaleceram, como é praxe.
Os sistemas de drenagem das cidades são uma das principais causas para essas ocorrências, segundo o especialista. “Hoje são pouco municípios que a gente pode dizer que são adaptados às condições de emergência”, declara.
O Cemaden monitora o clima e outros fatores de risco e emite um alerta ao governo federal, que repassa essas informações aos municípios –que têm autonomia para se preparar caso haja necessidade.