“Babylon Bee” já publicou que Trump queria Marinha espacial e que o papa havia dito que, no céu, não entra quem não tomou vacina anticovid
O site satírico dos Estados Unidos Babylon Bee aproveitou o fim do fact-checking da Meta para ironizar as checagens de fatos feitas em suas publicações no passado.
“Em homenagem ao fim das parcerias de checagem de fatos do Facebook, aqui estão as checagens de fatos mais engraçadas das piadas do Babylon Bee”, afirmou em uma thread divulgada no X (ex-Twitter) na 3ª feira (7.jan.2025).
O site norte-americano compartilhou 12 exemplos na publicação. Dentre eles está o post “Trump anuncia Marinha do espaço após descoberta de água na Lua”. O texto foi verificado pelo USA Today.
Eis outros exemplos:
O Babylon Bee é semelhante ao perfil Sensacionalista no Brasil. Publica manchetes e textos com teor humorístico, irônico ou absurdo, parodiando situações reais. A diferença é que o site dos EUA tem um viés religioso e conservador.
Como o objetivo do conteúdo de ambos os sites é entreter, não informar, não faz sentido checar os posts publicados como se fossem informações factuais.
Os 2 sites deixam claro que são uma plataforma de humor e sátira. O slogan do Sensacionalista é “O jornal isento de verdade”. O do Babylon Bee é “Fake News You Can Trust” (“notícias falsas em que você pode confiar”, em tradução livre).
Verificar o que o Babylon Bee publica seria o equivalente a algum veículo brasileiro checar se haverá um feriado nacional caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja preso em 2025. O Sensacionalista publicou o conteúdo satírico no domingo (5.jan.2025).
META ENCERRA CHECAGEM
Mark Zuckerberg anunciou na 3ª feira (7.jan) que a empresa decidiu acabar com o seu sistema de verificação de fatos e suspendeu as restrições a publicações nas suas redes sociais Facebook e Instagram.
Ele disse que as práticas de moderação “foram longe demais” e citou “tribunais secretos” da censura na América Latina, numa menção indireta ao Brasil.
Assista (5min36s):
O programa de verificação de fatos de quem publica nas plataformas da Meta foi implementado depois da eleição de 2016.
Uma equipe interna e empresas parceiras checavam os posts nas redes. A verificação era feita via identificação própria ou a pedido de terceiros. Eram dados rótulos como “Falso”, “Alterado” ou “Parcialmente falso”.
Agora, os posts passarão a ter “notas da comunidade”, uma ferramenta colaborativa entre os usuários usada atualmente no X.
Integrantes do governo do preside Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram a decisão. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) disse ver a mudança com preocupação e que a checagem voluntária não é capaz de substituir o serviço profissional.
Já Donald Trump (republicano) e o dono do X, Elon Musk, aprovaram. O presidente eleito dos Estados Unidos afirmou que a decisão de Zuckerberg foi “provavelmente” em resposta às suas ameaças à empresa.