Empresa vencedora de leilão milionário de arroz vende queijos no Amapá

Até 24 de maio de 2024, capital social da Wisley A. de Souza LTDA era de R$ 80.000, agora é de R$ 5 milhões; receberá R$ 736 milhões do governo para importar quase 150 toneladas

O leilão realizado pelo governo federal na 5ª feira (6.jun.2024) para a compra de 300 mil toneladas de arroz importado foi vencido por 4 empresas. O principal vencedor foi a Wisley A. de Souza LTDA, que irá importar 147,3 mil toneladas de arroz. Em troca, receberá R$ 736,3 milhões.

A empresa registrada em nome de Wisley é um estabelecimento que vende queijos na região central de Macapá (AP). De acordo com dados da Receita Federal, a Queijo Minas tem capital social de R$ 5 milhões. No entanto, houve uma alteração nos dados dias antes do leilão. Até 24 de maio de 2024, o capital social era de R$ 80.000.

O Poder360 tentou contato com a Wisley A. de Souza LTDA e com o estabelecimento Queijo Minas em Macapá por e-mail e por telefone para perguntar por que houve a mudança nos dados da empresa e de que forma a empresa planeja importar quase 150 toneladas de arroz, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

LEILÃO DE ARROZ

Os vendedores do leilão têm até setembro para entregar os produtos, já embalados, ao governo brasileiro em 11 Estados do país.

O governo federal adquiriu 263 mil toneladas de arroz no leilão –haverá um 2º pregão. O pacote de arroz de 5 kg ficou orçado em um valor máximo de R$ 25. Será vendido ao consumidor subsidiado por R$ 4 o quilo. A diferença será paga pelos cofres públicos. O subsídio é chamado de subvenção.

Além da Queijo Minas, também participaram do leilão as empresas ARS, Icefruit e Zafira:

Queijo Minas – importará 147,3 mil toneladas de arroz por R$ 736,3 milhões;
Zarifa Trending – 73.827 mil toneladas por R$ 369,1 milhões;
ASR – 22.500 mil toneladas por R$ 112,5 milhões;
Icefruit – 19.700 mil toneladas por R$ 98,7 milhões.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) disse que a empresa vencedora é obrigada a entregar o produto no armazém da Conab indicado em cada um dos lotes arrematados, atendendo a todos os requisitos de documentação, embalagem, quantidade, qualidade e fitossanidade previstos tanto na legislação brasileira que rege importações quanto no edital do leilão.

A companhia disse também que as empresas vencedoras têm até 5 dias úteis para pagar a garantia de 5% sobre o valor da operação.

Se a empresa não apresentar a garantia no prazo estipulado, será aplicada multa de 10% sobre o valor da operação. A negociação será cancelada. Caso a empresa pague a garantia, mas não cumpra o previsto no edital, será aplicada multa de 10% sobre o valor da operação e a empresa perde a garantia paga.

O leilão abriu às 9h na 5ª feira (6.jun) depois de a Justiça do Rio Grande do Sul suspender uma liminar de deputados gaúchos que pedia o cancelamento do leilão. De acordo com os congressistas, a medida ameaçaria a renda de produtores do Estado, que dizem contar com a produção necessária para abastecer o país.

O RS é responsável por 70% do fornecimento do produto no Brasil. A Conab recebeu autorização da União para importar até 1 milhão de toneladas de arroz depois de o Estado ser atingido por uma das piores enchentes de sua história.

O Planalto afirma que o desastre climático dificultou o escoamento do grão para os demais Estados, além de ter incentivado a especulação de preços no país.

Fonte: https://www.poder360.com.br/governo/empresa-vencedora-de-leilao-milionario-de-arroz-vende-queijos-no-amapa/

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