12 países estão sem embaixador do Brasil e 12 aguardam troca

Os postos são ocupados por encarregados de negócios, número 2 da missão, enquanto aguardam a aprovação dos nomes pelo Senado e a nomeação pelo governo Lula

O Brasil tem mais 12 embaixadas no exterior sem embaixador no cargo, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores e do Palácio do Planalto. Os motivos são diversos. Há países com conflitos internos, como Sudão e Síria, e caso de expulsão do embaixador da Nicarágua.

Nas relações internacionais, a ausência de um embaixador indica o rebaixamento das relações entre 2 países e pode ser o início de uma crise diplomática. A maioria dos postos brasileiros vagos, contudo, se deve por motivos de burocracia política. Há dezenas de embaixadas com indicações pendentes de aprovação pelo Senado ou de nomeação pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Esses embaixadores na fila de sabatina ou no aguardo da assinatura de Lula não são somente de países sem chefe de posto titular. Há 12 embaixadas brasileiras no exterior que estão em processo de troca de comando.

O Senado aprovou na última 4ª feira (21.mai.2025) 5 indicados de Lula para as embaixadas de Alemanha, Arábia Saudita, Áustria, Irã e Rússia. Estes nomes aguardam agora o decreto de nomeação do Planalto. Destes, só Viena e Teerã estão sem embaixador. Berlim, Riad e Moscou estão em processo de mudança de chefia.

Outros 7 postos brasileiros no exterior estão na fila para votação no plenário da Casa Alta. São diplomatas já sabatinados e aprovados pela CRE (Comissão das Relações Exteriores): Azerbaijão, Belarus, Bélgica, Guiné-Bissau, Panamá, Sérvia e Timor Leste.

Jamaica, Tailândia e Togo são embaixadas que estão sem ninguém na chefia de posto e sem nome enviado pelo governo ao Senado. Neste último, a vacância se deu pela morte do diplomata. E a representação no Sudão foi fechada, movimento não exclusivo do Brasil enquanto o país africano atravessa uma guerra civil e uma crise humanitária.

Fora deste quadro, tem a Embaixada do Brasil em Camboja. O Ministério das Relações Exteriores anunciou a abertura de uma embaixada no país do sudeste asiático em fevereiro de 2024 e Lula enviou o nome da embaixadora designada em 24 de abril deste ano. Aguarda votação na CRE do Senado.

VAGA EM ISRAEL

A mais notável embaixada sem embaixador é a de Tel Aviv, em Israel. O Brasil completará na 4ª feira (28.mai) a marca de 1 ano sem diplomata no país. É um sinal do enfraquecimento das relações bilaterais entre os países, alimentada pelas constantes críticas de Lula à atuação israelense na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza (Palestina).

Lula chamou de volta o então embaixador do Brasil em Israel Frederico Meyer em fevereiro de 2024 depois que o ministro das Relações Exteriores israelense Israel Katz, hoje ministro da Defesa, levou o diplomata ao museu do Holocausto e classificou Lula como “persona non grata”. Lula removeu Meyer do posto em 28 de maio de 2024.

Um ano depois do episódio, o cenário não é favorável a uma reaproximação. O chefe do Executivo brasileiro mantém as críticas à tática de Israel na Palestina. E o Ministério das Relações Exteriores não tem expectativa de indicar um novo embaixador para Tel Aviv.

A via contrária também está obstruída. Israel tem embaixador no Brasil, mas Daniel Zonshine deixará o cargo em julho. O governo do país definiu um sucessor e aguarda o agrément (consentimento do governo para que determinado diplomata estrangeiro seja nomeado) do Itamaraty. Apesar da demora na resposta brasileira, a Embaixada de Israel diz que ainda tem a intenção de manter um diplomata em Brasília.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-internacional/12-paises-estao-sem-embaixador-do-brasil-e-12-aguardam-troca/

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